terça-feira, 31 de maio de 2011

O teatro ludovicense hoje


Ao ler todos os dias os principais cadernos de “cultura” dos periódicos do jornalismo local, deparamo-nos com a presença constante de artigos, reportagens e propagandas sobre teatro. Mas qual é o teatro ludovicense contemporâneo? Um conflito entre comercial e experimental, as superproduções midiáticas capitaneadas pelas produtoras locais versus as produções de grupos universitários e/ou independentes. Essa discussão atinge praticamente todos os setores das artes e o próprio jornalismo, no qual editorial e publicidade se confundem.
No entanto a falta de representação de classe enquanto movimento tem sido um obstáculo na reivindicação dos seus direitos perante o poder público em busca de políticas eficazes que contemplem a coletividade da classe artística. Nota-se ainda a necessidade de profissionalização dos grupos, e quando usamos este termo não é para a rotulação com fins comerciais, e sim para a melhor organização destes com intuito de poder pleitear recursos financeiros por meio de editais públicos, iniciativa privada e uma proposta ainda inusitada, a sustentabilidade.     
No âmbito do teatro experimental ludovicense (Sobretudo grupos originários da UFMA, do CACEM, do IN CENA, entre outros) é visível a busca de uma consonância com as estéticas contemporâneas. Tal atitude demonstra-se positiva ao que tange uma preocupação em não limitar o teatro maranhense a tão somente aquilo que se fazia em décadas anteriores e/ou preocupações mediadas pelo capital.
Apesar disso, tem-se no quadro atual do teatro de pesquisa na ilha uma situação de paradoxo no sentido em que as mesmas linhas de pesquisas defendidas e pensadas pelos grupos de gérmen acadêmico, que deveriam permitir uma amplitude de discussão e mescla entre conteúdos trabalhados, são aquelas que limitam o desenvolvimento de estéticas próprias.
Ao mesmo tempo, passamos em São Luis por uma revolução silenciosa, na qual grupos teatrais ou mesmo estudantes preocupados em divulgar a arte fazem das representações uma forma de mostrar trabalho. Contudo ha ausência de ações que busquem um maior relacionamento com a comunidade, com intuito de transformá-los em platéia. O fazer teatral não consiste simplesmente em levar as pessoas ao teatro, mas formar um público com olhar reflexivo, que possa  fruir criticamente as representações desses grupos, atores e textos. Nesse sentido, falta-nos uma reforma efetiva no fazer educacional.

Sobre a Semana do Teatro no Maranhão, os mesmos grupos, e novos, moldam o nosso quadro artístico. O que era uma mostra passou a ser um espaço de discussão, com suas peculiaridades, no qual os envolvidos com o teatro no estado do Maranhão se preocupem não apenas em apresentar os trabalhos, mas, sobretudo, levar o público a pensar. E é isso que o teatro quer: manter essa relação amorosa entre a produção teatral e o público.  Assim, a revolução toma o seu verdadeiro significado, o de quebrar barreiras e fazer com que o poder reflexivo seja a base daqueles que vivem da arte.

Almir Pacheco
Ana Júlia Martins
Cíntia Pessoa
Cleyton de Sousa
Diêgo Rabêlo
Gigi Moreira
Jacqueline Lemos
Janailton Santos
Leury Monteiro
Rodrigo França
Tacylla Passos
Victor Hugo Raposo.
Waldir Fernandes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por Colaborar com o blog!